Gostaria de conversar com uma pequena equipe, talvez na segunda-feira [pode ser amanhã] para fazer uma espécie de 'última passada na lista' destes elementos que vocês elencaram e no sentido de verificar se podemos ajudar na organização da saída. Voces poderiam conversar e avisar a equipe de coordenação [Gilson].
Trocando um pouco o assunto: Partindo ponto do pressuposto de não existir distinção entre teoria e prática envio um pequeno texto que visa refletir sobre nossa possível ação de interação com o moradores da Limeira.
A constante renovação dos conhecimentos e da informação, as exigências das situações de trabalho como de organização social têm mobilizado os atores sócio-profissionais em torno da auto-formação como instrumento de autonomização e de empoderamento, inclusive de grupos e categorias subalternas. Existem poucas pistas de pesquisa para investigar os aspectos sociais da auto-formação. Uma pista original e emergente é aquela do papel do outro na autoformação e das relações estabelecidas entre sujeitos, por exemplo na configuração das redes de intercâmbio mútuo de saberes educadora. A relação ao outro se torna central no processo de formação de si, já que, nessa perspectiva, a alteridade é constitutiva da própria identidade dos sujeitos. Para Labelle e Eneau, essa teoria convida a um questionamento sobre a ética e os valores do enfoque educativo, e sobre a postura do educador ou os métodos para acompanhar, na reciprocidade, o desenvolvimento da identidade e a autonomização.
Em contexto organizacional, além da evidência de práticas de aprendizagem coletiva (Hatchuel, 2000) a interdependência mútua é mobilizada para analisar e apoiar os grupos de “co-desenvolvimento profissional” (Darré, 1996), a interação no caso das “comunidades de práticas” (Wenger, 1998). A teoria da reciprocidade passou, recentemente, a ser utilizada de maneira explicita, no caso do manejo de recursos comuns pelas comunidades camponesas ou das evoluções das formas de ajuda mútua (Ostrom, 1998; Sabourin, 2004, 2005; 2007).
Reconhecer que as relações de reciprocidade estruturadas ou repetitivas geram a produção de valores humanos éticos orientados no reconhecimento ou na implicação do outro, implica, para esses coletivos, uma série de condições e de atitudes (escuta, diálogo, reconhecimento mútuo) como a partilha de valores éticos e afetivos (confiança, respeito, responsabilidade, etc) que permitam a reprodução dos ciclos de reciprocidade.
Uma terceira dimensão concerne os efeitos esperados da reciprocidade. Se ela tem um efeito de regulação dos laços sociais, se o compartilhamento ou a re-distribuição estão em condição efetiva de funcionar, a reciprocidade pode contribuir para um equilíbrio social, permitindo a cada um de fazer a experiência do papel e da situação do outro, e de medir as vantagens da cooperação. Neste sentido, a teoria da reciprocidade permite considerar dispositivos de autoformação ou dispositivos de co-construção da inovação e de associar e construir ao mesmo tempo o processo de autonomia individual na coesão social. Isto é possível, na medida em que esse processo é vivido por meio da experimentação da inter dependência, da alternância e da alteridade, imposta pela dinâmica da reciprocidade.
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