LEMBRANÇAS...
...SAUDADES
Ivete, José Luiz, Ricardo Gaúcho e professor Antonio; coleguinhas. (foto: Porto de Manaus, 2005, by Rael) |
Igreja Matriz Manaus: Ricardo, José Luiz, Ivete, professor Antonio, Olga/by Rael |
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No Rio Negro sendo "protegida" por Ricardo e Rael |
Estudando, espaço na Tribo Nyengatu, Terra Preta, Am |
Tive um professor, que mais tarde virou amigo, escreveu num antigo blog a satisfação sentida porque um grupo de ex-alunos (4 pessoas incluindo eu) o visitou no Amazonas.
Esse professor, o Antonio, escreveu:
"Muitas vezes sentado na popa de um barquinho me torno Saudades. Os rios aqui da região amazônica tem um traçado sinuoso; é quase impossível não fazer uma analogia com a própria vida. O curioso é que sentado na popa eu sei que existe uma proa, muitos se esquecem disso, que avança de forma inexorável , implacável!!! "
Eu, saudosamente tomei a palavra "Saudades" do texto e transportei para o momento de lembranças e escrevi:
http://olharesdocotidiano.blogspot.com/2006/01/tornei-me-saudades.html
Mesmo com o sofrer advindo das dores, dos infortúnios (meus ou do outro), a vida pode ser uma festa. Estou com Nietzsche, quando mostra que todas as peripécias, negativas e positivas, fazem parte da fantástica dança da existência. O tempo se esvai e não volta mais......... Cantemos, pois, a vida na sua finitude, na sua contingência, na ausência de instâncias absolutas, de improváveis ( ? ) saídas para mundos melhores ( ? ) ou para o recolhimento na suposta vida essencial da apreciação. Disse o profe: “... nesse espaço complexo, de união, de re-união com o tempo passado, que concebo a vida àquilo que a proa insiste em afogar no esquecimento, é um borbulhar de minúsculas emoções, mínimos detalhes, que começam a fazer toda a diferença. Nesse espaço, as grandes ideologias, que se ocupam de nós perdem sua força...”
O tempo se esvai...não volta mais, todavia as lembranças trazem eventos vivenciados e guardados com carinho e aí também me “Torno Saudades”.
Casimiro de Abreu, em “Deus e o mar”:Eu me lembro,
Eu me lembro!
Era pequeno e brincava na praia.
O mar bramia
E erguendo o dorso altivo sacudia
A branca espuma para o céu sereno.
Eu me lembro! Eu me lembro! Entrei no Rio Negro.
Eu me lembro que já fui criança, e graças à paciência de meus coleguinhas, pude arriscar-me a ficar um pouquinho dentro do rio. E em sendo criança, arriscar mais um pouquinho e brincar no Rio Negro.
Aristóteles escreveu, na Metafísica:
“É da memória que os homens derivam a experiência, pois as recordações repetidas da mesma coisa produzem o efeito duma única experiência.”
Ora, se a memória não precisa de repetição para conservar uma lembrança, é ela mesma, que repetidamente me traz as recordações dos tempos passados e me fazem querer voltar.
E como não querer voltar? Como não querer voltar num lugar onde a natureza vestiu a sua mais excelsa roupagem para brindar-nos com um maravilhoso espetáculo de verdor ( que esperamos fosse eterno), verdor e verdor. Verdor, em projeção refulgente por obra generosa de um sol imaculado. Como não embeber o espírito de emoção ao rever as fotos do pôr do sol, dos curumins ao entardecer banhando-se, dessa embarcação na Comunidade Terra Preta?
E dessa cadeira relembro o fascinante panorama de matas, rios, comunidades onde a vida , ora canta, ora ri, ora chora e se entristece.
Nas páginas de “Assim Falou Zaratustra”, encontramos um canto à totalidade da vida:
Tudo morre e volta a florir.
Eternamente se desenrola o ciclo da existência.
Eternamente se edifica a habitação do ser.
O ciclo da existência conserva-se eternamente fiel a si mesmo.
A existência recomeça em todos os instantes.
O centro está em toda as partes.
A eternidade regressa pelo seu próprio caminho"
E nessa hora, olhando nossa foto, "Torno-me Saudades".
Muitas serão as saudades de meus coleguinhas AGRO 2008.
CONFRATERNIZANDO (2º SEM 2010)
Que na memória, de cada um, fique uma feliz lembrança......
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